Em nome de todos, responsabilidade de ninguém

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Em nome de todos, responsabilidade de ninguém

Alice Salles | 31 de dezembro de 2015

O Estado do Colorado nos Estados Unidos legalizou a maconha recreativa, mas as diretrizes do Departamento de Justiça continuam as mesmas em relação às drogas. Por conta da Lei de Substâncias Controladas, a maconha é classificada como droga de Classe I sob estatuto federal, que pode ser modificada tanto pelo Congresso como pelo Executivo.

De acordo com o estatuto, o procurador geral que é apontado pelo presidente, pode mudar a classificação de determinadas drogas sozinho, sem pedir autorização do Congresso. Quando Colorado e Washington passaram leis que permitem o uso recreativo de maconha, mas a classificação da droga não mudou sob a Lei de Substâncias Controladas, muitos comerciantes ficaram com medo de terem seus negócios prejudicados por investigações comandadas por agentes federais já que para eles, leis estaduais não são o suficiente. Já que a venda e o cultivo de maconha são crimes federais, bancos no Colorado estão com receio da represália. Muitos decidiram não prestar qualquer serviço financeiro para empresas que estejam envolvidas na venda de maconha na região.

Legalmente, o procurador geral tem o poder de anunciar que investigações e processos envolvendo apreensão de drogas em estados que legalizaram a erva sejam de baixa prioridade, mas até o momento em que a lei mudar, muitos bancos seguirão preocupados com o possível risco legal.

Em um país onde o governo federal assume a posição de cão de guarda do cidadão e eterno guardião do que o indivíduo faz com a sua própria vida, nem leis locais tem o mesmo peso e aceitação dos próprios residentes. Em um país como os Estados Unidos, geralmente reconhecido pelo seu histórico federalista, o governo babá usa o dinheiro do cidadão para apreender a sua propriedade e coloca-lo na cadeia por fumar um cigarro de maconha.

Se o governo-babá tivesse um lema, ele seria: em nome de todos, responsabilidade de ninguém.

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