Enquanto os trabalhadores do setor privado estão abrindo mão até mesmo da reposição inflacionária em seus salários, para se adequar à crise e evitar demissão, diversas categorias do serviço público federal receberam mais um aumento. Iniciado em 2016, ele só terminará em 2019!
No apagar das luzes do primeiro ano da sua gestão, o governo Temer reajustou o salário de oito categorias de servidores federais, incluindo auditores fiscais da Receita Federal, defensores públicos da União, e os comandantes das Forças Armadas.
Os auditores fiscais ingressarão na carreira com um salário de R$ 19.211 no próximo ano. Ao final da sua carreira, em 2019, a categoria poderá receber incríveis R$ 27.303.
A despeito do salário, a remuneração dos auditores também incluirá um bônus de eficiência pago anualmente de até R$ 3 mil. Os Defensores Públicos da União, por sua vez, terão como salário inicial a incrível quantia de R$ 22.197. No topo da carreira, o vencimento poderá alcançar R$ 30.546.
Achou ruim? Calma que piora. Ontem (12), o Congresso aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em sua versão original, ela proibia que fossem dados novos aumentos aos funcionários públicos. Afinal, o país está simplesmente sem dinheiro. Sem nenhuma surpresa, partidos que dizem defender os trabalhadores lutaram para derrubar essa parte da legislação e possivelmente impor mais este encargo ao trabalhador comum.
Em tempos como o que enfrentamos manter a estabilidade e um polpudo salário já seria encarado como privilégio. Infelizmente, os grandes sindicatos do país comumente viram às costas para a massa trabalhadora do Brasil na hora de defender o seu “privilégio adquirido”.
Cada centavo destinado ao aumento salarial dos funcionários públicos, é um centavo a menos no bolso do trabalhador. O impacto da bondade de Michel Temer com o dinheiro dos outros custará assombrosos 11 bilhões de reais em três anos. De fato, nada poderia definir melhor como funciona o governo: uma instituição que tira dinheiro de desempregados para dar àqueles que estão entre os mais ricos do país.
O efeito desta política é incrivelmente perverso: i) aumenta a desigualdade ao retirar dinheiro de quem é pobre e entregá-lo para quem é rico, ii) aumenta o peso dos funcionários públicos na sociedade, tornando ainda mais difícil para o setor privado sustentá-lo, gerar empregos, e inovar, e, por fim, iii) faz com que bons cérebros, que poderiam estar a serviço da população atendendo suas demandas no mercado, simplesmente sirvam a burocracia.
Ivanildo Santos Terceiro é Gerente de Comunicação do Students For Liberty Brasil (SFLB).
Este artigo não necessariamente representa a opinião do SFLB. O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões. Se você é um estudante interessado em apresentar sua perspectiva neste blog, envie um email para [email protected] e [email protected]