Cerca de um mês atrás, meu colega Clark escreveu um apelo para os liberais renunciarem à raiva e amarem os seus inimigos.
Muitas vezes, na comunidade liberal, justificamos nossas ações com a raiva e o ódio. Infelizmente, isso pinta uma imagem negativa da liberdade para as pessoas de fora e pode convencê-las a nunca quererem um envolvimento com o nosso movimento. Enquanto há um tempo e lugar para a crítica do estatismo, não podemos perder de vista o objetivo final: que o movimento pela liberdade cresça.
Grande parte dessa raiva é vista quando nos envolvemos com o espectro conservador da comunidade política. Embora seja compreensível que nós, como liberais, não gostemos da fusão do conservadorismo moderno com o liberais, devemos nos esforçar para acolher as pessoas e não para bani-las. U
m dos melhores exemplos é o nosso tratamento para com o herói conservador Ronald Reagan. Mesmo que Reagan possa ter se envolvido em políticas anti-liberdade, precisamos nos lembrar de como ele é importante para muitas pessoas. Em vez de atacá-las por serem estatistas ao gostarem de Reagan, vamos mostrar-lhes sua entrevista à revista Reason. Muitos conservadores tradicionalistas não gostam do termo “liberalismo” porque o associam à libertinagem.
Vamos mudar a sua mente com palavras do próprio Reagan. Ele fornece um grande trampolim para as pessoas entenderem a mensagem e filosofia da liberdade, já que os três livros mais importantes para ele são: “A Lei“, “Economia em uma lição“, e “O caminho da servidão“. Em vez de ridicularizar, vamos orientar os conservadores à liberdade, já que o libertarianismo é necessário para o conservadorismo norte-americano, como Barry Goldwater e Ronald Reagan acreditavam ser.
Agora, isso não quer dizer que somos apenas excessivamente críticos dos conservadores. Muitos liberais, inclusive eu, têm uma relação complicada com a esquerda também. Muitas vezes criticamos a esquerda por confundirem corporativismo com capitalismo. Embora seja importante fazer a distinção, em vez de implicar dizendo que eles são economicamente analfabetos ou usando a linguagem de outra forma insultuosa, vamos mostrá-los os problemas da regulação governamental.
O melhor exemplo é o herói progressista do ensaio de Ralph Nader, “Uncle Sam the Monopoly Man.” Embora eu, pessoalmente, não seja um libertário de esquerda, considero loucura evitar o trabalho, feito por muitos deles, de mostrar que liberar os mercados nos ajudaria a combater problemas como a desigualdade de renda.
Mesmo que não possamos trazer as pessoas de esquerda para a mensagem da liberdade, esforcemo-nos para mostrar como muitos de seus ícones “generosos” são comprados e pagos pelos interesses de Wall e K Street. Mesmo que seja mais difícil trazer os nossos amigos progressistas à liberdade, vamos ajudá-los a lembrar o que o progressismo realmente é, em vez do que se tornou.
Eu serei o primeiro a admitir que minha marca de liberdade, e essa mensagem, podem, muitas vezes tornarem-se excessivamente negativas. Se nós realmente nos preocupamos com o movimento pela liberdade, devemos nos esforçar constantemente para melhorar a nossa comunicação.
Muitas vezes, os liberais são vistos como pessimistas e pessoas enraivecidas. Vamos apresentar os aspectos positivos da sociedade e a forma como a liberdade ajuda todas as pessoas; atualmente, somos o melhor da humanidade desde sempre, por isso vamos mostrar como a liberdade pode melhorar ainda mais nossas atuais circunstâncias. Vamos substituir os sentimentos de raiva, ódio e fúria, pelos sentimentos de paz, amor e tolerância.
Levi Gourdie foi coordenador de campus do Students For Liberty. Este texto foi traduzido por Ana Rachel Gondim.
Este artigo não necessariamente representa a opinião do SFLB. O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões.