Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

O episódio do Simpsons que mostra o que o governo faz quando você tenta empreender

Luan Sperandio | 21 de fevereiro, 2017

Fotógrafo por Nathan Bittinger 

Não é por acaso que Os Simpsons estão há décadas na TV. A capacidade de interpretar a realidade e até mesmo antecipar fatos é notável. No episódio “Homer e Lisa trocam palavras cruzadas”, não é diferente.

Inspirados pelo sonho americano, Bart e Lisa decidem vender limonada na frente de casa para ganharem dinheiro. Mas, como é frequente no mundo real, aparece um obstáculo ao espírito empreendedor dos irmãos: o governo.

Leia também

O negócio caminhava ao sucesso, até que um oficial do Departamento de Comércio de Springfield aparece pedindo a licença da barraquinha. Após notar que os irmãos não tinham recursos para suborná-lo, o burocrata exige que eles apresentem um formulário preenchido no Departamento de Posturas da cidade.

Em seguida, dois funcionários do governo destroem a barraca e posam para um repórter fotografá-los (como se a ação do governo tivesse sido boa).

A ironia trazida ao final é que após a ação, os funcionários do governo sentem sede e tentam comprar limonada, mas já não há oferta no local – justamente porque eles fecharam a barraca dos irmãos Simpsons.

Na cena seguinte, no departamento de licenças – que cobra $ 49,95 por cada uma – um funcionário público está mais preocupado em preencher palavras cruzadas que trabalhar, causando uma enorme fila de pessoas que pretendem regularizar seus empreendimentos para poderem voltar a produzir.

O episódio toma outro rumo e acaba sem que Bart e Lisa tentem novamente alavancar o negócio. Sim, o sonho americano morreu. Mas o episódio nos propicia muitas reflexões:

O que os Simpsons mostram da relação Empreendedor x Governo

  1. Funcionários do governo não produzem riqueza, apenas checam determinadas regulamentações de quem realmente a produz;
  2. Alguns agentes públicos podem ser corrompidos. Mas, claro, não por pouco;
  3. Agentes que executam a lei cegamente tendem a prejudicar ainda mais ao pequeno empreendedor, tratando-o tal qual uma grande empresa;
  4. A violência de agentes públicos ao tratarem empresários, como se fossem inimigos e não pessoas que satisfazem melhor seus consumidores, do qual eles também estão inseridos;
  5. A postura da imprensa (representada pelo fotógrafo) ao considerar como positiva a ação dos fiscais de fecharem o pequeno negócio de imediato;
  6. Os consumidores perderam a opção de consumir no empreendimento fechado, onde muitas pessoas antes queriam, dada seu preço e/ou qualidade;
  7. A indiferença de um funcionário que nada produz com quem de fato produz riqueza, dada estabilidade de seu emprego e falta de sistema de incentivos presentes na iniciativa privada (tanto faz se ele for um excelente funcionário ou péssimo ao emitir licenças de alvarás de funcionamento, pois receberá o mesmo ao final do mês, isto é, não há sistema de incentivos para ele trabalhar bem);
  8. Valores de licenças e regulamentações podem quebrar negócios.

Além disso, fica a pergunta: será que todas as atividades exercidas por aqueles empresários que aguardavam em filas para regularizarem seus negócios no episódio realmente precisavam daquela papelada toda?

Trazendo as reflexões para o panorama nacional, em que pesem os avanços trazidos pela Lei Complementar 123/2006, mormente no tocante ao Micro Empreendedor Individual, são necessários 13 procedimentos e cerca de 107,5 dias para abrir uma empresa no Brasil, nos deixando em 123º lugar num ranking de 189 países.

Isso é consequência da cultura estatista nacional. Porém, vale dizer que o estatismo no Brasil não é improviso; é obra de séculos. A ideia é tão impregnada na cultura nacional que o senso comum é de que o mercado existe apenas por uma mera concessão, uma verdadeira generosidade estatal. Isto é, para empreender o estado precisa conceder esse direito ao interessado, mitigando totalmente a livre iniciativa. Se não é regulamentado, não deveria funcionar. Vemos isso claramente na polêmica acerca do Uber.

A resolução desses problemas passa por uma mudança cultural, para que a sociedade compreenda quão danosas são algumas legislações. Enquanto isso não ocorrer, muitos negócios continuarão a morrer por causa da intervenção governamental – e uns sortudos prosperarão, apesar dela.

[hr height=”30″ style=”default” line=”default” themecolor=”1″]

Este artigo não necessariamente representa a opinião do Students For Liberty Brasil (SFLB). O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões. Se você é um estudante interessado em apresentar sua perspectiva neste blog, envie um email para iterceiro@studentsforliberty.org.