Marcelo Garbini Vega | 6 de janeiro, 2017
Suponhamos a seguinte situação em sociedade de livre mercado:
Existem quatro indivÃduos “A”, “B”, “C” e “D”, que trabalham e são igualmente remunerados. Deduzidos os gastos com as necessidades básicas de alimentação, moradia, vestuário, etc. resta aos quatro indivÃduos 20% do salário, a ser gasto como bem se entender. Considerando-se um espaço de tempo, supondo, de cinco anos:
O indivÃduo “A” satisfaz-se por inteiro gastando seus 20% em viagens, bons restaurantes e bons vinhos. Estas são as formas pelas quais ele maximiza o seu bem-estar e leva a vida que mais lhe agrada. Cinco anos depois, ele está na mesma situação, mantendo seu padrão de vida. O indivÃduo “A” não possui dÃvidas, mas da mesma forma, nenhuma poupança. A tem baixa propensão a poupar.
O indivÃduo “B” gasta mais do que sua restrição orçamentaria de 20% do salário. Ele não se contenta com o padrão de vida atual e endivida-se comprando roupas caras, carros novos, etc. a fim de mudar tal situação. Esta é a forma que ele encontrou de aumentar sua satisfação. Cinco anos depois, o indivÃduo “B” não desfruta dos prazeres anteriores. Agora, “B” usa seus 20% para pagar as dÃvidas contraÃdas, e seguirá pagando durante vários anos. “B” tem baixa propensão a poupar.
O indivÃduo “C” resolve abdicar de prazeres imediatos e resolve guardar, todo mês, os 20% do seu salário. Um anos depois, o indivÃduo “C” usa sua poupança e abre seu próprio negócio. Transcorridos quatro anos da abertura, o indivÃduo “B” encontra-se falido e se vê obrigado a fechar as portas. Agora, ele terá que começar do zero, e dado que ele tem certa propensão a poupar, seguirá guardando dinheiro. No entanto, antes de decidir pela utilização de sua poupança, o indivÃduo “C” irá preocupar-se mais com os riscos decorrentes de seus investimentos e sua chance de ter sucesso aumentará.
O indivÃduo “D”, conhecendo a história do indivÃduo “C”, resolve guardar seus 20% durante três anos. Durante esse tempo, “D” estudou o risco de diversos tipos de negócios antes de abrir o seu. Ele tem a maior propensão a poupar, dentre os quatro. Após dois anos da abertura, observa-se que o indivÃduo “D” obteve sucesso. Hoje seus rendimentos cobrem com sobra seus gastos. “D”, agora, possui mais patrimônio que os indivÃduos “A”, “B” e “C” juntos.
O que se pode tirar disso?
Nem todos valorizam bens materiais e dinheiro da mesma forma. Existem pessoas que priorizam os prazeres imediatos e outras que elevam sua satisfação por outros meios que não bens materiais. Existem também os que sacrificam o consumo presente para usufruir de prazeres no futuro.
Em um sistema pautado no livre mercado, os indivÃduos irão aprender por tentativa e erro. Aquele que operar de forma menos eficiente será punido pela concorrência e ficará pra trás. Estas experiências de sucesso e fracasso são repassadas aos demais participantes do mercado, levando a uma crescente busca pela máxima eficiência produtiva e pelo aperfeiçoamento dos modelos de gestão.
Portanto, pessoas atribuem diferentes valores ao dinheiro. Mais governo e menos mercado implica em mais autoridade para que decidam qual o padrão de vida que você deve levar. Mais governo é menos espaço para o desafio. Mais governo é uma menor soberania para as pessoas.
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Marcelo Garbini Vega colaborou com este artigo no site Students For Liberty Brasil (SFLB).Â
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