Habeeb Kolade | 26 de abril de 2017
Graças às suas belas paisagens naturais, águas cristalinas e praias exóticas, as Ilhas Maurício se destacam como um dos principais destinos para turistas no mundo. Isolado do resto da África, o arquipélago é distinto do resto do continente de muitas maneiras.
Enquanto muitos ainda estão lutando para fomentar a política de equilíbrio entre homens e mulheres nas áreas de governança, como também contra outras oportunidades de exploração, as Ilhas Maurício tomaram o corajoso passo de votar em um presidente do sexo feminino, fazendo dela apenas a terceira presidente mulher da África, juntamente com as presidentes da Libéria e República Centro-Africana.
Dra. Ameenah Gurib-Fakim sequer era política e foi apenas a última na disputa para ser vice-chanceler da Universidade das Ilhas Maurício. Cientista puro-sangue, Dra. Ameenah é conhecida por seus avanços na ciência, e não por sua atuação política. Laureada, em 2007, com o Prêmio L’Oréal-UNESCO de Mulheres na Ciência pela África; vencedora, em 2008, do ‘Emma Award’ do Bank One Ltd ‘pela excelente conquista e realização’ e membro da Academia Africana de Ciências, como uma das principais cientistas modernas da África, a escolha da Dra. Ameenah pode facilmente ser reconhecida como meritocrática em vez de política, algo que geralmente falta em muitos países africanos.
O sistema de governo das Ilhas Maurício é a democracia parlamentar, onde as pessoas elegem os membros do parlamento e estes escolhem, através de votos e compromissos, os membros do Executivo, incluindo o Presidente. Com 70 lugares a serem ocupados no parlamento, a Constituição deixa 8 espaços após o fim da votação para corrigir o desequilíbrio étnico e religioso. A transparência e a eficácia do sistema, bem como a excelência do governo ao longo do tempo, levou o país ao topo da governança Africana quando a Unidade de Inteligência Econômica, em seu Índice de Democracia de 2015, classificou Maurício como o único país Africano com democracia plena, como também o 24° melhor sistema democrático do mundo. Maurício também passou mais de 10 anos no topo do Índice Mo Ibrahim de Governança Africana, que o classificou como excelência em governança no continente.
Como tem se saído Maurício contra o monstro corrupção? O excelente sistema judicial independente do país tem contribuído imensamente para a redução da taxa de criminalidade, que passou de 0,43 por cento para 0,36 por cento entre 2009 e 2010. Isso também se traduziu em um nível de corrupção incrivelmente baixo, já que o país possui um sistema jurídico justo e uma eficiente, e a Comissão Independente contra a Corrupção. Pessoas culpadas de acusações de corrupção têm suas propriedades confiscadas e enfrentam a ira de uma lei imparcial.
Mauricio opera um sistema de livre mercado eficiente, que o colocou, conforme classificado pelo Banco Mundial, como o melhor lugar para realizar negócios na África, e um dos melhores em todo o mundo. Mauricio permite que seus cidadãos escolham como comprar, vender, produzir, entre outras coisas. Isso contribuiu imensamente para o seu crescimento econômico, o país apresenta uma das melhores economias da África, com $ 18.864 de PIB per capita.
Apesar de não ter recursos naturais exploráveis, Maurício ainda está à frente de outros países africanos como o país com a maior liberdade de investimento no mundo, conforme indicado pelo Índice de Liberdade Econômica de 2016. Com uma economia extremamente diversificada, as fontes de receitas são baseadas em suas exportações de açúcar, terceirização e setor financeiro forte, além de uma indústria de turismo crescente.
Boa governança e um sistema econômico saudável só podem levar a um melhor bem-estar. A expectativa de vida de mais de 75 anos é um indício credível. Estudantes, pessoas com deficiência e idosos também têm viagens gratuitas em um sistema de transporte eficiente. Além disso, os alunos desfrutam de educação gratuita desde o pré-primário até ao nível superior, o que dispara o seu nível de alfabetização para cerca de 90% dos homens e mulheres. Muitos hão de concordar que isto não é obtenível em muitos países africanos.
Parte de um continente que ainda luta para se libertar das amarras de uma liderança fraca e apresenta índices lastimáveis nas áreas relacionadas à expectativa de vida, liberdade econômica e política, sistemas de governo, corrupção, educação e igualdade de gênero, Maurício mudou a rota e está se tornando um farol para os sistemas políticos e econômicos da África.
Embora o pequeno tamanho possa ser justamente sua vantagem na obtenção da excelência, os incríveis esforços das Ilhas Maurício para a criação de sistemas extraordinários que mantém adequadamente a boa governança, a liberdade econômica e um bem-estar social invejável devem ser elogiados, o país desponta numa rota em que muitos países africanos permanecem perdidos.
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Habeeb Kolade é uma liderança do Students For Liberty Africa.
Este artigo não necessariamente representa a opinião do SFLB. O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões. Se você é um estudante interessado em apresentar sua perspectiva neste blog, envie um email para [email protected] e [email protected]