Direção da UFMA censura evento organizado por grupo liberal e tenta intimidar coordenadora

03 de abril, 2017

Foto por Max Pixel

No último dia 29 de março, a direção da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) demonstrou que o período em que existiam assuntos proibidos dentro da academia brasileira não ficou para trás.

Em homenagem aos 100 anos da Revolução Russa, o grupo de estudos liberais Bem-Te-Vis realizaria no dia 30 de março o evento “Os contumazes idólatras do fracasso: por que o marxismo, embora desastroso, ainda é sedutor?” no Auditório A do Centro de Ciências Humanas (CCH) da UFMA, com palestras a serem ministradas por Fabiano Lopes, professor da própria universidade, e o jornalista maranhense Linhares Júnior.

O auditório já estava reservado, a divulgação já tinha sido feita, e as pessoas aguardavam ansiosamente pelo evento que prometia uma visão diferente da usualmente ofertada nas universidades brasileiras. Todavia, na noite do dia 29, menos de 24 horas antes das falas ocorrerem, a coordenadora estadual do Students For Liberty Brasil no Maranhão e organizadora do evento Mylla Sampaio recebeu um simples SMS da direção do Centro informando que o evento seria cancelado, “porque na arte de divulgação havia incitação à violência e utilização de termos vulgares”.

A desculpa apresentada causou estranheza, dado que a arte oficial do evento, apresenta o nome do evento, os palestrantes, local, hora, e algumas informações complementares:

Inconformada, Mylla foi no dia seguinte a direção do centro argumentar que estava ocorrendo um engano – a arte oficial e divulgada pelo grupo certamente não incitava violência alguma. Lá, foi informada que o jornalista Linhares Júnior teria utilizado uma arte própria em que afirmava ser a “hora do pesadelo dos esquerdistas da UFMA”.  Mylla, então, argumentou que não poderia cercear a liberdade de expressão de um jornalista, que não respondia oficialmente pelo evento e utilizou sua própria imagem como instrumento de humor

Ignorando tudo, a direção do Centro continuou afirmando que evento não iria acontecer e que tanto Linhares Junior, por suas declarações, quanto a nossa coordenadora, por ter convidado o jornalista, não seriam mais bem-vindos no centro. Ato contínuo, Mylla solicitou com base nos princípios da Publicidade e Formalidade da Administração Pública que a negativa fosse oficializada em algum documento, o que lhe foi negado, mesmo após a direção do centro ser informada das suas obrigações como administradores públicos.

Não obstante, a direção informou que noticiou o ocorrido ao departamento do curso a qual Mylla estuda, em uma clara tentativa de intimidá-la por suas posições.

Quando há seis o meses a palestra “Conservadorismo de cu é rola”, nenhuma objeção foi feita por da direção do CCH. É triste saber que dentro da academia brasileira opiniões minoritárias não sejam tratadas com o louvor e curiosidade científica que movem o resto do mundo.

Ao que tudo indica, o dissenso não é o comum nas universidades brasileiras, de fato, dissidentes são tratados como hereges e perseguidos – confirmando que, mesmo 100 anos depois da Revolução Russa, não são poucos os brasileiros que adotam as práticas socialistas de censura e perseguição de opositores.

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